terça-feira, junho 27, 2006

Paixão... A teoria do: O quê o Coração manda, ninguém desmanda!

Postado por Unknown @ 22:50

Já faz um bom tempo fiz um post sobre artes marciais (Meu assunto predileto!) e falei sobre como é importante saber qual está se fazendo para que não se surpreenda ou, quando atingir um grau mais elevado, perceba que aquilo que você faz não é o que você procura.

Depois que fiz esse post fiquei pensando em inúmeras coisas que vieram a mente, e uma delas é por que as pessoas fazem inúmeras coisas através da paixão e não da razão. Como assim? Bem, existem vários estilos diferentes de Karatê – DÔ, cada qual com sua particularidade em golpes, katas e técnicas. Muitas pessoas fizeram Karatê – DÔ para aprender a se defender, por gostar dessa arte marcial, como um hobby, terapia, para se tornar um atleta e várias outras questões. Já existem pessoas que fizeram por motivos que, para mim, parecem fora da realidade ou sem chão!

Fico admirado como inúmeras pessoas de, não é SHAKAnagem, não, inúmeros locais do Mundo que ainda fazem Karatê – DÔ por causa dos filmes, na verdade dos 3 (três) primeiros filmes, da série Karatê Kid. O quê me espanta mais ainda é que muitos procuram de forma ávida por informações do estilo que foi escolhido para o filme para poderem aprender o mesmo estilo que foi “ensinado” pelo Sr. Miyagi, que foi imortalizado pelo falecido ator Noriyuki “Pat” Morita (1932-2005), para o seu aluno Daniel LaRusso, que foi imortalizado pelo ator Ralph Macchio.

Durante muito tempo acharam que o estilo era o Shotokan do Mestre Gichin Funakoshi (1868 – 1957), mas estavam enganados. O estilo escolhido foi o Goju – Ryu que é um dos três mais importantes estilos clássicos de Karatê – DÔ de Okinawa. Tanto que usaram o nome da família do criador, o Mestre Chojun Miyagi (1888-1953), do estilo para o personagem de Noriyuki “Pat” Morita, o Sr. Miyagi. Outra curiosidade é que o dublê de Noriyuki “Pat” Morita nos 3 (Três) filmes foi o shihan Fumio Demura que é 8º dan de Karatê –Dô estilo Shito-Ryu.

Existem outros fatos sobre o filme, alguns bem estranhos e toscos que, acredito Eu, ninguém nunca se perguntou ou percebeu, mas isso é para um dia ser criado o tópico sobre os erros dos filmes. ^___^

Voltando ao assunto. É espantoso com muitas pessoas fazem essa arte marcial por causa desse filme, além de alguns desenhos e animes, por exemplo, Street Fighter II Victory, que o estilo usado é do
Sosai (O Fundador) Masutatsu “MasOyama (1923 – 1994), fundador do estilo Kyokushinkai Kan de Karatê – DÔ.

O que me espanta é que elas fazem na esperança de entrar em uma academia ou dojo e serem instruídas por um sensei ou shihan igual ao Sr. Miyagi ou que tenha o mesmo jeito dele. Já muitas outras fazem para serem iguais ao Sr. Miyagi ou iguais ao Daniel LaRusso. Existem pessoas que até mesmo buscam por academias em que o sensei ou shihan seja Japonês ou de origem asiática. Isso não seria um pouco de medo ou de futilidade? Não seria uma forma de elas aceitarem estar fazendo a arte marcial, mesmo que não seja o que elas querem, só por causa do professor? Como se fosse uma ancora ou uma corda para elas se suportarem ou agarrarem nos momentos mais difíceis ou quando tiverem que encarar algum desafio de verdade? Ou uma forma de fugir da realidade? Ou uma forma de não encarar a realidade? Ou uma forma de não aceitar a vida? Ou o simples fato de não querer enfrentar o Mundo aí fora?

Sim, Eu sei que a vida é cinza, nua e crua, cruel e desumana. Eu mesmo já passei por maus e péssimos bocados... Mas isso não seria pior? Deixar ser guiado por emoções ilusórias ou falsas? Criar um Mundo a parte para massagear o ego? Afinal as artes marciais são muito mais que um conjunto de chutes, socos, torções e empurrões. E muito menos um caminho fácil. E nem mesmo um caminho que se vive de ilusões... As artes marciais, todas elas, exigem que a pessoa tenha os dois pés bem plantados no chão caso contrário a pessoa nunca entendera sua totalidade. Até já disse isso uma vez. E quando falo em totalidade é chegar num ponto, depois de muito tempo gasto com esforço, tempo e dedicação, para olhar para trás e ver que não serviu de nada... Que aquilo não é o que você buscava ou que faça parte de você. E mesmo assim muitas pessoas não se importam com isso... Simplesmente fazem porque gostam ou amam fazer a arte marcial. Eu mesmo sou apaixonado pelo Jiu – Jitsu, e não se explicar o motivo. Sinistro, não é? ^___^

Agora me pergunto e faço essas perguntas para vocês: Será que nós os racionais estamos errado? Será que não conseguimos ser felizes ou satisfeitos em uma determinada coisa porque analisamos demais? E as pessoas que seguem seu coração e sua paixão, mesmo que seja algo impossível de ser alcançado, estão certas e contentes com suas escolhas?

É, realmente é como dizem: O quê o coração manda, ninguém desmanda!
Layout Desenvolvido por Rodrigo de Moraes
Shaolin Design © Todos os Direitos Reservados